domingo, 26 de agosto de 2018

sábado, 25 de agosto de 2018

que essa ponte se parta
na minha vez
um tiro perdido
me rasgue a tez 
o coração 
em silêncio no peito 
eu desejei
a morte sem culpa
tantas vezes que
me tornei 
plutão em escorpião 
rainha do hades
caronte de estige
profeta da dor
ouse tentar
me falar de amor
e lhe direi que a mesma boca 
que beija
mastiga







sábado, 18 de agosto de 2018

mil e trezentas semanas 




sexta-feira, 17 de agosto de 2018

não te reconhecer
é perceber 
que já estou apaixonada
por outra pessoa 




- u-hul
botânica 01

cactos 
não se abraçam 





terça-feira, 14 de agosto de 2018

eu peço 
um dos seus novos cigarros 
entre seus novos amigos 
mulheres 
sorrisos 
meu peito 
pesa um navio 
mas performo a leveza 
que ela sugere 
pergunto 
ela responde 
e ainda mostra 
seus novos dentes 
meu silêncio berra 
é hora e me viro 
eu 
que um dia 
dividi uma fatia 
de vida 
de pizza 
da cama 
da boca 
do ar 
me viro 
quando escuto 
um chamado
você
está
com
o
meu
isqueiro


os degraus
estavam molhados

domingo, 12 de agosto de 2018

sábado, 11 de agosto de 2018

absurdo
eu bradava 
sobre matérias que convocam  
vivas-almas para viver 
em marte

hoje eu 
que acordo molhada 
dos pés ao 
couro cabeludo
pelo choro engolido
que rasga a pele
e afoga os poros 
concluo

absurdo
é viver 
no mesmo planeta
que você 

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

desvio
das plantas que nascem
entre as pedras do chão
como se elas pudessem
sentir como anda
meu coração
nada mais vai 

doer pelo toque 
dos meus pés
ou mãos 
nem que pra tanto
eu tenha que andar 
sem tocar 
o       c           h      ã              o 

sexta-feira, 3 de agosto de 2018



resquícios 
o não
que desce como vidro
já se aquieta no estômago
e me arranha apenas
no balanço do carro
ou quando lembro de 
respirar

mesmo lá 
no estômago
meia rota da digestão 
por vezes pega a contra mão
traiçoeiro ecoa 
no cansaço dos
olhos fechados 
no esforço dos dias
como um cachorro trancado 
pra fora
de casa 
na chuva
faminto 
por tempo 
demais